Quando os anjos cantam

Outra noite, fizemos (Juli e eu) o que mais gostamos de fazer, curtir a nossa casa. Decidimos deitar no sofá e ver uma boa comédia no dvd ao mesmo tempo em que beliscávamos alguns petiscos.
À medida que os episódios de “Os Normais” iam passando, eu me deliciava em sua companhia. Alguns risos aqui, outros ali, mas foi quando de repente me silenciei ao ouvir a coisa mais gostosa dos últimos tempos, algo que por sinal, não ouvia há muito tempo. A risada, quase gargalhada, que a Juli soltou, demorou não mais do que alguns segundos, mas o suficiente para me fazer sentir bem, como se eu estivesse num jardim cheio de crianças, flutuando na companhia dos anjos. Fui dominado por uma paz e alegria súbita, uma sensação que me fez viajar a um passado distante da minha infância, onde ríamos de tudo sem motivo algum.
Um momento puro e simples, porém, são nesses detalhes que está a verdadeira beleza da vida.

Carlos Cordeiro (Ex-Vira-lata)