E os meninos brincam como antiga-mente
Nosso prédio é simples e antigo. Doze apartamentos ao todo, prédio sem elevador. Dos 12 apartamentos, além do nosso, nove estão ocupados, destes cinco têm crianças. Tem a recém-nascida, tem menininha de seus três anos, mais ou menos, e nos outros há três meninos, de 8 e 9 anos. Esses últimos, os meninos, contrariam as tendências atuais de julgarem a infância como perdida e contaminada pela tecnologia, basta voltarem da escola e ainda não ser a hora de dormir, os três estão sempre brincando, alheios à televisão, aos games e etc.
Brincam no corredor, na entrada do prédio ou na garagem. E lá vem jogo de botão, futebol e faz-de-conta. Ficam os três, muito orgulhosos quando paramos para observá-los e se apressam em dar o resultado parcial do jogo (o que normalmente é feito por quem está ganhando), e assim, os meninos passam o dia, brincando, cheios de fantasia e energia.
São eles também que nos trazem as boas novas. Toca a companhia e um deles já passa o serviço: “olha, o moço do ponto frio está chegando trazendo sua geladeira” e ouço lá em baixo o aviso ao entregador “pode vir comigo, sei onde eles moram, é em frente a minha casa”.
Outro dia o Beto foi levar o lixo e quando voltou, eles, envolvidos que estavam com o jogo, não se deram conta de sua volta, quando ele reapareceu pela porta da frente, eles não tiveram dúvida: “Caramba! Ele é mágico!”. Agora basta o Beto passar que eles contam, em tom confecional, para quem estiver do lado: “ele atravessa paredes”.
E assim o dia desses meninos passa, cheio de infância, de encanto, saúde, magia, cheio do que deve ser mesmo e eu só observo da janela e bato palmas cada vez que um faz um gol ou ganha uma partida. Aliás, pra mim, já começaram a vida ganhando.
Juli "Cordeiro" Mariano
Brincam no corredor, na entrada do prédio ou na garagem. E lá vem jogo de botão, futebol e faz-de-conta. Ficam os três, muito orgulhosos quando paramos para observá-los e se apressam em dar o resultado parcial do jogo (o que normalmente é feito por quem está ganhando), e assim, os meninos passam o dia, brincando, cheios de fantasia e energia.
São eles também que nos trazem as boas novas. Toca a companhia e um deles já passa o serviço: “olha, o moço do ponto frio está chegando trazendo sua geladeira” e ouço lá em baixo o aviso ao entregador “pode vir comigo, sei onde eles moram, é em frente a minha casa”.
Outro dia o Beto foi levar o lixo e quando voltou, eles, envolvidos que estavam com o jogo, não se deram conta de sua volta, quando ele reapareceu pela porta da frente, eles não tiveram dúvida: “Caramba! Ele é mágico!”. Agora basta o Beto passar que eles contam, em tom confecional, para quem estiver do lado: “ele atravessa paredes”.
E assim o dia desses meninos passa, cheio de infância, de encanto, saúde, magia, cheio do que deve ser mesmo e eu só observo da janela e bato palmas cada vez que um faz um gol ou ganha uma partida. Aliás, pra mim, já começaram a vida ganhando.
Juli "Cordeiro" Mariano